quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

O poema em luz de Edu Rickes

Com enorme prazer recebemos mais um integrante em nossa família, mais um amante da nossa cultura que, assim como nós, luta pela divulgação e preservação da história do Rio Grande do Sul.
O mais novo integrante chama-se Eduardo Rickes e traz juntamente com ele a sua forma de ver momentos do dia a dia no campo.
Para conferir o trabalho do fotógrafo Eduardo Rickes basta clicar aqui.


Abaixo nosso também parceiro Adriano Alves descreve com poemas um pouco do trabalho do fotógrafo.

"Aprendi a ver tua luz, com as saudades no rosto e olhos claros de vida...
Aprendi a ver tua luz, na existência dos teus filhos, que habitam as formas do tempo enluarados de esperas, de caminhos e de ausências.


Aprendi a ver tua luz, no encanto dos domadores, tropilhas, sonhos e potros na forma do amanhecer.
Aprendi a ver tua luz, na paciência do tropeiro, caminhos, luas e estrelas levando a tropa dos anos, chamando o aboio das horas no corredor do existir.


Aprendi a ver tua luz, na vivencia do campeiro, atando vidas e esporas enserenadas de há muito, na sonolência dos pastos.
Aprendi a ver tua luz, junto à face dos andantes, que escolheram os caminhos e a intenção das distâncias para viverem de sombra de ilusão e olvido.



Aprendi a ver tua luz, na voz dorida dos pássaros, na garganta dos cantores, na madeira das guitarras, na vivência das cordeonas, que encantam as madrugadas e a redenção dos fogões.

Aprendi a ver tua luz, na floração dos banhados, na intimidade das sangas, na nostalgia dos matos, nos teus lamentos de rio.


Aprendi a ver tua luz, em cada quarto de lua, em cada cruz falquejada que denuncia um adeus, na solidão das taperas que esperam ser primaveras pra se enfeitarem de flores e ver sorrirem os espinhos que habitam em seus silêncios.


Aprendi a ver a vida quando encontrei os teus olhos, quando encontrei tuas saudades, quando revi tua gente.
E te encontrei com olhos claros de vida, vestidos de lágrima, despidos de sal, quando chamei por teu nome e me entregaste por campo, teu tempo, tua calma, tua luz."

                                                                                             
                                                                                  Lua Nova, dezembro 2013.
                                                                                  Adriano Silva Alves

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