Gorete Marques - Meu Violão

Bazar Gaúcho/divulgação

CD "Meu Violão" de Gorete Marques é a mais recente obra a fazer parte do rol de produtos do Bazar Gaúcho. 

Este é o primeiro disco da artista e também o primeiro disco instrumental a ser gravado por uma mulher no Rio Grande do Sul. A obra teve indicação do músico, cantor e compositor Marcello Caminha, que em meados de 2010 recebeu Gorete em suas aulas na Oficina de Violão Gaúcho. 

Nossa equipe entrevistou Gorete para saber mais sobre sua trajetória musical e também sobre sua obra.

- Como começou tua trajetória musical?

Gorete: Quando éramos adolescentes, eu e meu irmão Eder ganhamos uns violões do nosso pai, e foi ele, meu pai, que nos ensinou as notas, os ritmos e a tocar as primeiras músicas.

Passados uns dois anos, eu já fazia alguns solos bem simples e meu irmão fazia o violão base. Algum tempo depois começamos a fazer os solos dobrados, ou seja, os duetos de violão. Quando tínhamos entre 15 e 20 anos, montamos uma pequena banda, que se chamava Los Marques, e passamos a animar bailes em clubes e CTGs da região, sendo que eu cantava e "tocava" guitarra. Mais tarde fui morar em Lagoa Vermelha, onde toquei numa banda de rock in roll, chamada A4, e também participei de duas edições do Festival Nativista Lagoa da Canção. Depois disso, em razão dos estudos, da profissão e da maternidade, por cerca de 10 anos abandonei o violão. Aí pelo ano de 2006 ganhei um violão novo, comecei a assistir a festivais nativistas e conheci o trabalho do Marcello Caminha. Fiz várias aulas e cheguei a participar de uma Oficina do Marcello no Estúdio Nazari. Confesso que fui uma aluna um tanto relapsa, pois não tirava tempo para treinar em casa, tampouco me dispus, a esta altura, a aprender um pouco de teoria musical, dada a falta de paciência. Na verdade as aulas consistiram em eu filmar o Marcello tocando algumas músicas, para depois tentar executá-las. Não há dúvidas de que as aulas do Marcello serviram como grande estímulo para eu voltar a tocar meu violão.

Passado algum tempo, fui convidada a fazer parte do CD Ajuris Canta o Rio Grande, composto de músicas interpretadas apenas por magistrados. E agora decidi gravar o CD Meu Violão.

- Quais foram tuas referências musicais?

Gorete: Quando eu fiz o segundo grau na Escola Agrotécnica Federal de Sertão, participei do CTG e comecei a gostar da música nativista e da música regionalista. Ao mesmo tempo passei a apreciar os solos de guitarra do "Bonitinho" e do Oscar Soares. Também ganhei uma fita cassete com músicas do violonista Antoninho Duarte, integrante da antiga Dupla Mirim, e gostei demais. Hoje em dia eu admiro vários violonistas do Rio Grande do Sul, como é o caso do Lúcio Yanel, Yamandu Costa, Artur Bonilla, Daniel Sá, Márcio Rosado, João "Negrinho" Martins, Zulmar Benitez e outros tantos que vejo e ouço nos festivais. E não poderia deixar de mencionar o Marcello caminha, cujo estilo de tocar, limpo e expressivo, eu aprecio muito.

- Como surgiu a ideia de gravar o CD Meu Violão?

Gorete: Na verdade meu pai sempre pediu que eu e meu irmão fizéssemos uma gravação caseira para ele escutar. Após gravar a música para o CD da Ajuris, surgiu a ideia de eu atender ao pedido do meu pai, mas fazendo a gravação em estúdio. Também achei importante fazer esse registro para compartilhar com familiares, amigos e demais pessoas que eventualmente pudessem gostar. 

- Quais os critérios para selecionar as músicas do álbum?

Gorete: Escolhi músicas simples, mas que se constituem em clássicos da música nativista e regional, cujas melodias sempre me encantaram. E o CD ainda inclui uma música de minha autoria, chamada "Saudade" (faixa 7).

O fato de ser mulher influencia de forma negativa na divulgação e aceitação do teu trabalho? Tens encontrado barreiras?

Gorete: Até o momento eu não sei dizer se faz alguma diferença o fato de eu ser mulher. 

Ultimamente tenho visto várias mulheres tocando violão, inclusive demonstrando grande técnica para tocar. 
Quanto a aceitação do meu CD pelo público, em que pese eu esteja apenas começando a divulgação, considero que tem sido muito boa, haja vista as manifestações que tenho recebido pessoalmente, no facebook e inclusive os comentários aos vídeos que coloquei no You Tube. 
 
Enfim, estou bastante contente com o resultado desse trabalho, que não tem maiores pretensões. Basta que uma pessoa se sinta bem ao ouvir uma faixa do meu CD e perceba que eu fiz tentando passar meu sentimento em cada execução! 

O disco de Gorete pode ser adquirido em nossa loja e alguns vídeos das músicas que integram o CD tu encontras no canal da artista no You Tube.